Dedicando-se de início a um universo mais jovem e, aos poucos, apostando na vertente do romance, Carmen Posadas, que hoje completa 68 anos, saiu do Uruguai natal por causa da profissão do pai, fixou-se em Espanha e foi conquistando o seu espaço como escritora de sucesso. "A Mestra de Marionetas" é a primeira obra da sua autoria que aqui se apresenta.
Embora tenha nascido em Montevideu, no Uruguai, a 13 de agosto de 1953, filha de um diplomata e de uma restauradora, Carmen de Posadas Mañé só viveu na sua terra natal até aos 12 anos - devido à profissão do pai, as viagens tornaram-se frequentes e naturais. Passou por Argentina, Espanha, Inglaterra e Rússia. De um primeiro casamento com Rafael Ruiz de Cueto nasceram as filhas Sofia (1975) e Jimena (1978). Porém, o rumo acabou por não corresponder ao que o casal esperara e, depois da separação, Carmen casou-se, a 1 de outubro de 1988, com Mariano Rubio, governador do Banco de Espanha entre 1984 e 1992. Passou a viver em Espanha e naturalizou-se mesmo espanhola. Filha mais velha com duas irmãs e um irmão, o ano de 1988 marcou a sua estreia em televisão ao apresentar o programa Entre Líneas. Mas o seu trajeto literário começara antes disso...
No começo dos anos 80, Carmen Posadas iniciou a escrita, apostando então no universo dos mais jovens, dimensão em que permaneceu até 1987. Pelo meio, em 1984, foi distinguida com o Prémio Nacional de Literatura, entregue a "El Señor Viento Norte", embora fosse "Escena Improbable", obra em coautoria com Lucrecia King-Hedinger, a estreia para lá do âmbito infantojuvenil. Explorou a vertente da escrita para cinema e televisão, mas também o ensaio, neste caso numa toada satírica: "Yuppies, Jet Set, la Movida y Otras Especies" e "El Síndrome de Rebeca: Guía para Conjurar Fantasmas". De 1991 é outro dos seus ensaios, intitulado "Quién te ha Visto y Quién te Ve!", seguindo-se o livro "Cinco Moscas Azules" (1995). Dois anos depois, Posadas apresentou uma coleção de contos "Nada es lo que Parece" e, em 1998, foi agraciada com o Prémio Planeta por "Pequeñas Infamias". Parecia que nada a afastava de uma imagem de felicidade e sucesso, mas o trágico ano de 1999 contrariou essa tendência de forma devastadora - num intervalo de apenas dois meses, Carmen Posadas ficou sem o pai e sem o marido.
Tentou recompor-se do duplo abalo e, em 2001, publicou "La Bella Otero", cuja adaptação cinematográfica contou com Harvey Keitel e Angela Molina no elenco (seria também uma minissérie televisiva). De 2002 é uma coletânea de artigos que publicou em cooperação com a filha Sofía sob o título "La Hernia de Viriato: Recetario para Hipocondríacos". E não parou de publicar: "El Buen Sirviente" (2003), "A la Sombra de Lilith" (2004), neste caso a quatro mãos com Sophie Courgeon, "Juego de Niños" (2006), "Literatura, Adulterio y una Tarjeta Visa Platino" (2007), "Hoy Caviar, Mañana Sardinas", aqui numa cooperação com o irmão Gervasio (2008), "La Cinta Roja" (também de 2008), "Invitación a un Asesinato" (2010), "El Testigo Invisible" (2013), "La Hija de Cayetana" (2016), "La Maestra de Títeres", ou seja, "A Mestra de Marionetas" na tradução para português (2018) e "La Leyenda de la Peregrina" (2020).
D. Quixote
Para lá dos diversos galardões que recebeu, Carmen Posadas é conselheira da Universidade Europeia de Madrid, instituição em que foi criada uma cátedra com o seu nome.
A escritora com dupla nacionalidade (uruguaia e espanhola) recebeu o doutoramento honoris causa pela Universidade Peruana de Artes Aplicadas em 2010.
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