Agostinho Costa Sousa regressa hoje à Literatura romena com uma nova proposta de leitura de Mircea Cartarescu, desta feita com a crónica "Duas Formas de Felicidade", parte do livro "Porque Gostamos das Mulheres".
Mircea Cartarescu nasceu a 1 de junho de 1956, em Bucareste, e iria completar formação superior na capital romena, empenhando-se na área de Letras, mais especificamente em Língua e Literatura do seu país. Era o início da década de 80 e, enquanto dava os primeiros passos como escritor, Cartarescu tornava-se também docente no seu domínio de estudos. Seria ainda empenhado ativista na União de Escritores, além de editor da Caiete Critice, revista de crítica literária.
Passou a lecionar História Literária Romena em 1991, conquistando uma experiência além-fronteiras em Amesterdão em 1994/95. E, em 2010, ganhou lugar como professor associado na Universidade de Bucareste.
Embora a estreia no papel de autor tenha acontecido numa revista, a România Literară, em 1978, começaria a publicar dois anos mais tarde com "Faruri, Vitrine, Fotografii" e prosseguiu no campo da poesia: "Poeme de Amor" é de 1982. Seguiu-se "Desant '83" (1983) e o regresso aos poemas com "Totul" (1984). "Visul", trabalho em prosa, é de 1989, mas o campo da poesia tornou a impor-se com "Levantul" (1990). "Nostalgia" nasceu em 1993, um ano antes de mais poemas em "Dragostea" e do regresso à prosa com "Travesti". Os volumes iniciais de "Orbitor" e de "Aripa Stângă" são de 1996 (em 2002 haveria um segundo de "Orbitor" e ainda "Corpul", em 2007 seria o terceiro de "Orbitor" e "Aripa Dreaptă"), de 2001 é o "Jurnal" (haveria mais em 2003 e 2005), "Enciclopedia Zmeilor" surgiu em 2002, no ano seguinte foi publicada a obra "50 de Sonete de Mircea Cărtărescu cu Cincizeci de Desene de Tudor Jebeleanu" e "De ce Iubim Femeile" é de 2004. "Frumoasele Străine" teve publicação em 2010 e, cinco anos mais tarde, nasceu "Solenóide".
Distinguido com diversos galardões de âmbito nacional e internacional, o escritor também se dedica ao ensaio.
Esta é a segunda presença do seu trabalho literário por aqui, depois de, a 10 de julho, suceder a estreia, também por indicação de Agostinho Costa Sousa, com o romance "Ofuscante - A Asa Esquerda".
Guerra & Paz/Tradução de Tanty Ungureanu
O diário El Mundo escreveu sobre um dos romances do autor romeno: "Opus magna da atual literatura europeia, 'Ofuscante' foi o primeiro sinal de uma renovada literatura de ficção para o novo milénio. E, como todas as grandes obras, foi precursora."
Agostinho Costa Sousa reside em Espinho e socorre-se da frase de Antón Tchekhov: "A medicina é a minha mulher legítima, a literatura é ilegítima" para se apresentar. Estreou-se a ler por aqui a 9 de maio com "A Neve Caindo sobre os Cedros", de David Guterson, seguindo-se "As Cidades Invisíveis", de Italo Calvino, a 16 do mesmo mês, mas também leituras de obras de Manuel de Lima e Alexandra Lucas Coelho a 31 de maio. "Histórias para Uma Noite de Calmaria", de Tonino Guerra, foi a sua escolha no dia 4 de junho. No passado dia 25 de julho, a sua escolha recaiu em "Veneno e Sombra e Adeus", de Javier Marías, seguindo-se "Zadig ou o Destino", de Voltaire, a 28. O regresso processou-se a 6 de setembro, com "As Velas Ardem Até ao Fim", de Sándor Márai. Seguiram-se "Histórias de Cronópios e de Famas", de Julio Cortázar, no dia 8; "As Palavras Andantes", de Eduardo Galeano, a 11; "Um Copo de Cólera", de Raduan Nassar, a 14; e "Um Amor", de Sara Mesa, no dia 16. A 19 de setembro, a leitura escolhida foi "Ajudar a Estender Pontes", de Julio Cortázar. A 17 de outubro, a proposta centrou-se na poesia de José Carlos Barros com três poemas do livro "Penélope Escreve a Ulisses". Três dias mais tarde leu três poemas inseridos na obra "A Axila de Egon Schiele", de André Tecedeiro.
A 29 de novembro apresentou "Inquérito à Arquitetura Popular Angolana", de José Tolentino de Mendonça. De dia 1 do mês seguinte é a leitura de "Trieste", escrito pela croata Dasa Drndic e, no dia 3, a proposta foi um trecho do livro "Civilizações", escrito por Laurent Binet. No dia 5, Agostinho Costa Sousa dedicou atenção a "Viagens", de Olga Tokarczuk. A 7, a obra "Húmus", de Raul Brandão, foi a proposta apresentada. Dois dias mais tarde, a leitura foi dedicada a um trecho do livro "Duas Solidões - O Romance na América Latina", com Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. Seguiu-se "O Filho", de Eduardo Galeano, no dia 20. A 23, Agostinho Costa Sousa trouxe "O Vício dos Livros", de Afonso Cruz. Voltou um mês mais tarde com "Esta Gente/Essa Gente", poema de Ana Hatherly. No dia 26 de janeiro, apresentou "Escrever", de Stephen King. Quatro dias mais tarde foi a vez de Maria Gabriela Llansol com "O Azul Imperfeito". "Poemas e Fragmentos", de Safo, e "O Poema Pouco Original do Medo", de Alexandre O'Neill, foram outras recentes participações. Seguiram-se "Se Isto É Um Homem", de Primo Levi, e "Se Isto É Uma Mulher", de Sarah Helm. No dia 18 de março, a leitura proposta foi de um excerto de "Augustus", de John Williams. A 24, Agostinho Costa Sousa leu "Silêncio na Era do Ruído", de Erling Kagge; a 13 de abril, foi a vez do poema "Guernica", de Rui Caeiro e, no dia 20, apresentou um pouco de "Great Jones Street", de Don DeLillo.
No Especial dedicado ao 25 de Abril, a sua escolha foi para "O Sangue a Ranger nas Curvas Apertadas do Coração", escrito por Rui Caeiro, seguindo-se "Ararat", de Louise Glück, no Dia da Mãe e do Trabalhador, a 1 de maio. "Ver: Amor", de David Grossman, foi a proposta de dia 17. No dia 23, a leitura proposta trouxe Elias Canetti com um pouco da obra "O Archote no Ouvido".
A 31 de maio surgiu com "A Borboleta", de Tonino Guerra. A 5 de junho trouxe um excerto do livro "Primeiro Amor, Últimos Ritos", de Ian McEwan. A 17, a escolha recaiu sobre "Hamnet", de Maggie O'Farrell. A 10 de julho, o trecho selecionado saiu da obra "Ofuscante - A Asa Esquerda", do romeno Mircea Cartarescu. No dia 19 de julho apresentou "Uma Caneca de Tinta Irlandesa", de Flann O'Brien. A 31 de julho leu um trecho da obra "Por Cuenta Propia - Leer y Escribir", de Rafael Chirbes. No dia 8 de agosto foi a vez de "No Entres Docilmente en Esa Noche Quieta", de Ricardo Menéndez Salmón. A 15 de agosto apresentou "Julio Cortázar y Cris", de Cristina Peri Rossi. Uma semana mais tarde, a leitura foi de um trecho da obra "Música, Só Música", de Haruki Murakami e Seiji Ozawa. De 12 de setembro é a sua leitura de um poema do livro "Do Mundo", cujo autor é Herberto Helder. "Instruções para Engolir a Fúria", de João Luís Barreto Guimarães, foi a leitura a 16 de setembro. A 6 de outubro leu um trecho da obra "Jakob, O Mentiroso", de Jurek Becker. "Rebeldes", de Sándor Márai, foi a leitura do passado dia 11.
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