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Paulo Jorge Pereira

Agostinho Costa Sousa lê "Escrever", de Stephen King

Multipremiado, com vários exemplos de obras adaptadas ao cinema e à televisão, um estrondoso sucesso ilustrado por vendas a caminho do 500 milhões de exemplares, Stephen King e o seu livro "Escrever", no qual dá pistas a quem pretenda ser escritor, é a escolha de hoje para Agostinho Costa Sousa.



Nascido a 21 de setembro de 1947 em Portland, Stephen Edwin King teria uma infância difícil ao lado do irmão adotivo, David, pois Donald, o pai, saiu de casa, ficando a mãe, Nellie Ruth, como responsável pela educação dos dois. Foram anos marcados por constantes mudanças de local onde viviam e o pequeno Stephen foi procurando nas leituras do género fantástico um mecanismo de compensação. Assim estimulou a imaginação, de tal forma que, no momento dos estudos universitários em Inglês, a meio dos anos 60, já revelava inclinação para a abordagem ao suspense e terror como preferências.

Na universidade conheceria a futura mulher e, a 2 de janeiro de 1971, o escritor casou-se com Tabitha Spruce, também ela uma personalidade do mundo literário como escritora (pais de Naomi, que dedica a vida à igreja ao lado da sua parceira, e dos escritores Owen King e Joseph Hillstrom King, têm já quatro netos). King era professor e escrevia contos para diferentes publicações. A vida continuava difícil no plano financeiro e o autor mostrava-se pouco convicto das suas qualidades - de tal forma que os primeiros esboços do manuscrito do que seria o romance "Carrie", mais tarde adaptado ao grande ecrã, teve de ser recuperado do lixo pela mulher, pois King considerou que não tinha qualidade suficiente. Seria apenas a primeira de uma longa série de obras com presença à escala mundial quer no cinema, quer como séries de televisão.

Porém, a chegada do sucesso deixou marcas no escritor que, tentando esquecer a morte da mãe através das drogas e do álcool, quase perdeu a vida devido ao vício. Apoiado por familiares e amigos mais próximos, Stephen King regressou à escrita com entusiasmo, recuperando a aura de escritor favorito no universo do terror e acumulando prémios. No entanto, os sustos na sua vida pessoal ainda não tinham acabado: a aposta nas caminhadas para que o exercício físico lhe garantisse um dia a dia mais saudável deixou-o perto da morte em 1999. King foi atropelado e sofreu ferimentos graves, teve de ser transportado ao hospital, foi submetido a diversas operações e enfrentou um longo período de convalescença, durante o qual se receou que morresse. Uma vez mais, King foi capaz de se restabelecer e voltar ao trabalho literário. "Não nasci para fazer outra coisa", admite no seu site. "Nasci para escrever histórias e adoro escrevê-las. Não consigo imaginar-me a fazer algo diferente, nem consigo imaginar-me a não fazer isto", reconhece.

Quem quiser saber mais sobre o autor e o seu trabalho literário pode ver aqui o seu site.


Bertrand


King também publicou livros sob o pseudónimo de Richard Bachman.

Agostinho Costa Sousa reside em Espinho e socorre-se da frase de Antón Tchekhov: "A medicina é a minha mulher legítima, a literatura é ilegítima" para se apresentar. "A Arquitetura é a minha mulher legítima, a Leitura é uma das ilegítimas", refere. Estreou-se a ler por aqui a 9 de maio com "A Neve Caindo sobre os Cedros", de David Guterson, seguindo-se "As Cidades Invisíveis", de Italo Calvino, a 16 do mesmo mês, mas também leituras de obras de Manuel de Lima e Alexandra Lucas Coelho a 31 de maio. "Histórias para Uma Noite de Calmaria", de Tonino Guerra, foi a sua escolha no dia 4 de junho. No passado dia 25 de julho, a sua escolha recaiu em "Veneno e Sombra e Adeus", de Javier Marías, seguindo-se "Zadig ou o Destino", de Voltaire, a 28. O regresso processou-se a 6 de setembro, com "As Velas Ardem Até ao Fim", de Sándor Márai. Seguiram-se "Histórias de Cronópios e de Famas", de Julio Cortázar, no dia 8; "As Palavras Andantes", de Eduardo Galeano, a 11; "Um Copo de Cólera", de Raduan Nassar, a 14; e "Um Amor", de Sara Mesa, no dia 16. A 19 de setembro, a leitura escolhida foi "Ajudar a Estender Pontes", de Julio Cortázar. A 17 de outubro, a proposta centrou-se na poesia de José Carlos Barros com três poemas do livro "Penélope Escreve a Ulisses". Três dias mais tarde leu três poemas inseridos na obra "A Axila de Egon Schiele", de André Tecedeiro. A 29 de novembro apresentou "Inquérito à Arquitetura Popular Angolana", de José Tolentino de Mendonça. De dia 1 do mês seguinte é a leitura de "Trieste", escrito pela croata Dasa Drndic e, no dia 3, a proposta foi um trecho do livro "Civilizações", escrito por Laurent Binet. No dia 5, Agostinho Costa Sousa dedicou atenção a "Viagens", de Olga Tokarczuk. A 7, a obra "Húmus", de Raul Brandão, foi a proposta apresentada. Dois dias mais tarde, a leitura foi dedicada a um trecho do livro "Duas Solidões - O Romance na América Latina", com Gabriel García Márquez e Mario Vargas Llosa. Seguiu-se "O Filho", de Eduardo Galeano, no dia 20. A 23, Agostinho Costa Sousa trouxe "O Vício dos Livros", de Afonso Cruz. Voltou um mês mais tarde com "Esta Gente/Essa Gente", poema de Ana Hatherly.

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