Amílcar Mendes regressa às leituras por aqui e apresenta "Poemas de Ponta & Mola" de Mendes de Carvalho.
Nascido em 1927, Mendes de Carvalho iria desmultiplicar-se entre poesia, teatro e romances, tendo a ironia como argumento preferencial. Casa da Comédia, Teatro Estúdio de Lisboa e Clube Palco foram alguns dos grupos com os quais colaborou, dedicando-se ainda a trabalhar para revistas e jornais da área literária. Publicados entre finais dos anos 70 e o começo da década seguinte, "Poemas de Ponta & Mola", "Camaleões & Altifalantes", "Cantigas de Amor & Maldizer" ou "A 10.ª Turista" são exemplos do seu talento e de uma forma de estar que costumava resumir assim: "O autor nasceu no Alcaide, pequena aldeia que aparece nos mapas decentes. Ali aprendeu as primeiras letras. Na capital, as segundas, as terceiras e outras. Mas foi de facto em Lisboa que, tendo começado a sonetar antes de romper a barba, se tornou afinal anti-sonetista."
Nomes como os de Alexandre O'Neill, Ary dos Santos, Blanc de Portugal ou Mário Cesariny seriam uma espécie de parceiros de percurso da escrita de Mendes de Carvalho, marcada pela influência do surrealismo.
Mendes de Carvalho foi administrador de uma empresa privada e delegado da Secretaria de Estado da Cultura, desenvolvendo trabalho de pesquisa e divulgação com apoio da Fundação Gulbenkian.
Morreria em 1988, deixando para trás obra notável.
Plátano Editora
O Surrealismo foi o movimento que mais influenciou a escrita do autor.
Amílcar Mendes, ator e "dizedor de poesia", que também foi coordenador das noites de Poesia do Pinguim Café e do Púcaros Bar, no Porto, deixa-nos uma leitura diferente. A sua estreia aqui no blog registou-se a 5 de junho com um excerto de "Gin sem Tónica, mas Também", de Mário-Henrique Leiria.
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