A atriz Ana Catarina Santos apresenta, sob a forma de performance, um poema de Pedro Paixão que faz parte do segundo livro do escritor, "Vida de Adulto", publicado em 1992.
Nascido em Lisboa, a 7 de fevereiro de 1956, Pedro José de Carvalho Paixão seguiu e explorou até hoje diversos caminhos, desde logo nos estudos: por exemplo, o gosto pelos números e pelas matemáticas levou-o a matricular-se no Instituto Superior de Economia e a terminar mesmo o 2º ano. No entanto, abandonou essa pista, trocando pelo estudo da Filosofia: licenciou-se e doutorou-se na Universidade de Lovaina (Bélgica) e, mais tarde, tornou-se professor nas Universidades Católica e Nova (sairia dessas funções em 2004).
Mas a constante insatisfação e a procura de explorar novas ideias e territórios ditaram-lhe antes outras escolhas, pois logo em 1988 tornou-se sócio fundador, ao lado de Miguel Esteves Cardoso, de uma empresa de publicidade (Massa Cinzenta). Pouco depois, a mesma dupla, acrescida de Paulo Portas, esteve na fundação do semanário O Independente. Além de concretizar uma outra paixão - a fotografia -, foi realizando colaborações com publicações como o jornal Público ou a revista Playboy. Por outro lado, também se dedicou à escrita, publicando a partir de julho de 1992 - a estreia foi com "A Noiva Judia". No mesmo ano foi publicado o livro de que aqui se lê um excerto, "Vida de Adulto", seguindo-se obras como "Boa Noite", "Histórias Verdadeiras", "Nos Teus Braços Morreríamos", "Muito, Meu Amor", "Barely Legal", "Amor Portátil", "Saudades de Nova Iorque", "Do Mal o Menos", "Viver Todos os Dias Cansa", "Portokyoto", "A Cidade Depois", "Onze Noites em Jerusalém", "Girls in Bikinis", "Quase Gosto da Vida que Tenho", "Ladrão de Fogo", "Os Corações Também se Gastam", "Asfixia", "O Mundo É Tudo o que Acontece", "Perdido por Xangai", "Imagens Proibidas", "A Rapariga Errada", "Espécie de Amor", "O Céu na Boca", "Anti-Darwin", "Lembra-me de Mim" ou, já em abril de 2018, "Nada Ficará Escrito".
Para saber mais informações, pode consultar a página oficial do escritor aqui.
Livros Cotovia
Na obra de Pedro Paixão estão englobadas cerca de duas dezenas de livros, incluindo duas peças de teatro, dois álbuns dedicados a fotos e ainda um libreto para uma ópera, sem esquecer a escrita de guiões para cinema.
Ana Catarina fica, às vezes "um pouco aflita" quando lhe perguntam a profissão: diz atriz, mas tem "dado cada vez menos importância a isso". O que quer mesmo dizer "é artista". Gosta de "fazer trabalho de atriz", mas sabe-lhe a pouco, a resposta.
Em teatro tem "uma relação por descodificar com a palavra". Sente "a imagem mais nuclear, universal, transversal, essencial que a palavra" e pensa "teatro como espaço de plasticidades em movimento, sequências, ações, acontecimentos - mais que 'fazem' do que 'dizem', mais que 'sugerem', do que 'são'. Paradoxalmente, a palavra dita/ouvida" é-lhe "profundamente saborosa, na sua plasticidade sonora e no poder acutilante que pode ter".
"A performance, como espaço do irrepetível, do imprevisível", fá-la sentir-se "viva".
Procura "ser pragmática na ação em contraste aos pensamentos divagantes".
Interessa-se por "descobrir o conforto" nas suas "zonas de desconforto".
"Sendo de que forma for", precisa "da relação física do outro, no mesmo tempo e no mesmo espaço, como laboratório de questões colocadas em prática na ação".
Nascida em Lisboa (1989), Ana Catarina Santos frequenta o mestrado de teatro em artes performativas na ESTC, sendo licenciada em Teatro - Atores pela Escola Superior de Teatro e Cinema, com projeto final 'Opus' - orientado por Jean-Paul Bucchieri.
Passou pela Licenciatura de Teatro da Universidade de Évora e estudou na Evoé - Escola de Actores. Além disso, tem o curso técnico-profissional de Animação Cultural e Artística - curso projetado por Madalena Vitorino para o CED Dª Maria Pia, Casa Pia de Lisboa -, com PAP em estágio curricular no CCB/Fábrica das Artes: 'O Mundo de Alice'.
Cocriou, com Sílvio Vieira, 'Dentro³' - uma performance para a infância inserida no Ciclo 'Cá Dentro' da Fábrica das Artes/Centro Cultural de Belém: uma parceria ESTC, com assessoria artística de Caroline Bergeron.
Entre outras criações destaca: 'Re•Ligar' - uma performance a solo de 10 horas contínuas - para o Festival A Salto, em Elvas; e 'Isto é teu, ou é impressão minha?' - uma oficina performativa direcionada ao público infantil e familiar -, para a Igreja de São Vicente (um espaço Colecção B, associação cultural), em Évora.
Como performer trabalhou com Ana Borralho & João Galante em 'Mistermissmissmister' para o Festival Linha de Fuga, em Coimbra.
Em cinema participou na longa-metragem de Vicente Alves do Ó: "Quero-te Tanto!"
Entre outros salienta: o workshop "From Act to Acting" - Jan Fabre Teaching Group, no Teatro Aveirense, no âmbito do Estágio de Dança de Aveiro 2019; o workshop/performance 'Sexy M/F', de Ana Borralho & João Galante, do BoCA Summer School, para o MAAT; os workshops intensivos da organização do F.I.N.D. (Festival for International New Drama - students section) da Schaubühne Berlin; e o Laboratório de Criação - Corpo e Inconsciente, com Sara Ribeiro (Companhia JGM).
Comments