Inês Henriques lê aqui um trecho de "Sobre o Amor", cujo autor é Charles Bukowski, já presente por aqui em duas ocasiões: primeiro quando apresentei um pouco de "Mulheres"; mais tarde pela voz de Fernando Soares com um excerto de poesia e o texto intitulado "A Palavra".
Alvo de abusos físicos e psicológicos por parte do pai, iria dedicar-se a uma vida marcada pela transgressão, sem emprego regular, sob os vapores do álcool e como frequentador da marginalidade californiana. Nascido em 1920, na Alemanha, morreria em San Pedro, perto de Los Angeles, no ano de 1994, vítima de leucemia.
Desejo e sexo desbragados, frequentes estados de embriaguez e nos antípodas do politicamente correto, muitas vezes em atitudes de obcecada misoginia - assim se posiciona Bukowski ao longo de uma obra entre contos, poesia e romance. Henry Chinaski, seu alter ego que aparece em várias obras, é uma vez mais protagonista em "Mulheres", de 1978, que aqui foi tema na leitura que apresentei há mais de um ano, a 15 de abril de 2020. Já em maio deste ano, Fernando Soares leu a poesia "A Palavra".
Era ainda uma criança quando foi viver com os pais para os Estados Unidos. Apesar de se iniciar na escrita ainda jovem, acabaria expulso de casa. Passou pelo Jornalismo, mas os excessos alcoólicos não lhe permitiram fixar-se. Aos 24 anos publicou o primeiro conto. Tem mais de 40 obras e, quando morreu, aos 73 anos, acabara de escrever o último romance: "Pulp".
Almedina/Tradução de Valério Romão
Publicou o primeiro conto com apenas 24 anos e escreveria cerca de quatro dezenas de obras, morrendo aos 73 anos.
A paixão e o carinho pelos livros têm acompanhado a vida de Inês Henriques. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Franceses), escolheu o Jornalismo como profissão e o Desporto como área de atuação. Realizado o curso profissional no CENJOR, foi estagiária na Agência Lusa, à qual voltaria mais tarde, e trabalhou no jornal A Bola antes de entrar na redação do Portal Sapo. Neste contexto, a proximidade do desporto adaptado levou-a a escrever "Trazer o Ouro ao Peito - a fantástica história dos atletas paralímpicos portugueses", publicado em 2016. Agora, apesar de já não estar no universo profissional do Jornalismo, continua atenta a essa realidade ao mesmo tempo que tem sempre um livro para ler. E vários autores perto do coração.Inês Henriques tem presença regular e já está na casa das dezenas em participações aqui no blog. Estreou-se a 27 de abril com "Perto do Coração Selvagem", de Clarice Lispector; voltou a 10 de maio e leu um excerto de "A Disciplina do Amor", de Lygia Fagundes Telles; no último dia de maio apresentou parte de "351 Tisanas", obra de Ana Hatherly; a 28 de junho, propôs literatura de cordel, com um trecho do livro "Clarisvânia, a Aluna que Sabia Demais", escrito por Luís Emanuel Cavalcanti; a 22 de agosto apresentou um excerto da obra "Contos de Amor, Loucura e Morte", escrita por Horacio Quiroga; a 15 de setembro leu um trecho de "Em Açúcar de Melancia", de Richard Brautigan; a 18 de novembro voltou com "Saudades de Nova Iorque", de Pedro Paixão, e na quinta-feira, 10 de dezembro, prestou a sua homenagem a Clarice Lispector no dia em que a escritora faria 100 anos, lendo um conto do livro "Felicidade Clandestina". Três dias mais tarde apresentava "Os Sete Loucos", de Roberto Arlt.
A 3 de janeiro leu um trecho de "Platero e Eu", de Juan Ramón Jiménez. No dia 8 foi a vez de ter o seu livro em destaque por aqui, quando li um excerto de "Trazer o Ouro ao Peito". A 23, a Inês voltou e leu um trecho do livro "O Torcicologologista, Excelência", de Gonçalo M. Tavares e no dia 1 de fevereiro foi uma das participantes no Especial dedicado ao Dia Mundial da Leitura em Voz Alta com "Papéis Inesperados", de Julio Cortázar. A 13 de fevereiro apresentou um excerto do livro "Girl, Woman, Other", de Bernardine Evaristo, participando a 8 de março no Especial dedicado ao Dia Internacional da Mulher com a leitura de um trecho do livro "A Ilha de Circe", de Natália Correia. A 5 de maio participou, com Armando Liguori Junior, no Especial dedicado ao Dia Mundial da Língua Portuguesa. No dia 22 de maio, ao lado de Raquel Laranjeira Pais e Rui Guedes, contribuiu para o Especial dedicado ao Dia do Autor Português. A 1 de junho interveio no Especial do Dia Mundial da Criança com "Ulisses", de Maria Alberta Menéres. No passado dia 7 de agosto, Inês Henriques leu um pouco da obra de estreia de Duarte Baião, "Crónicas do Desassossego". Chico Buarque e "Essa Gente" estiveram na sua leitura a 17 deste mês e, no dia 20, foi a vez de um pedaço do livro "À Noite Logo se Vê", de Mário Zambujal. A 25 trouxe um excerto da obra "Os Malaquias", escrita por Andréa del Fuego.
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