A proposta de Fernanda Silva para hoje, um trecho da obra "A Revolução das Letras - O 25 de Abril Explicado às Crianças", de Vergílio Alberto Vieira, é, talvez, o modo mais inocente e metafórico de olhar para a data que se assinala: "Esta é a madrugada que eu esperava/o dia inicial inteiro e limpo/onde emergimos da noite e do silêncio/e livres habitamos a substância do tempo", conforme escreveu Sophia de Mello Breyner.
Celebrar a Liberdade com poesia dedicada às crianças: eis como se sintetiza o livro "A Revolução das Letras - O 25 de Abril Explicado às Crianças". Nascido na bracarense Amares em 1950, Vergílio Alberto Vieira, o autor, iria fazer das Letras parte substancial da sua vida, designadamente licenciando-se nessa área na Universidade do Porto. Mas também porque seguiu o caminho da docência a partir dos anos 90 e até 2009 foi professor. Ao mesmo tempo, um percurso de escritor se processava, desmultiplicando-se entre a poesia, a ficção, o ensaio, o teatro e a literatura para os mais jovens com tradução em vários países.
"Na Margem do Silêncio", de 1971, assinala a sua estreia, embora o seu regresso da Guerra Colonial se processasse apenas em 1975. Passaria também pela crítica literária, escrevendo em publicações como Diário de Luanda, Diário de Lisboa, Jornal de Notícias, Faro de Vigo, Expresso, na revista África ou ainda no Suplemento Literário de Minas Gerais. Avaliador de obras a concurso em diferentes galardões de cariz literário, tem cerca de três dezenas de obras de poesia publicadas, incluindo "Todo o Trabalho Toda a Pena", livro que congrega os poemas publicados ao longo do tempo.
No campo da escrita infantojuvenil, Vergílio Alberto Vieira é autor de cerca de três dezenas de obras e "A Revolução das Letras" foi publicada em 2004.
Campo das Letras
Vergílio Alberto Vieira estreou-se a publicar em 1971, antes do regresso da Guerra Colonial, com o livro de poesia "Na Margem do Silêncio".
Fernanda Silva tem participação regular aqui no blog. Tudo começou com "O Universo num Grão de Areia", de Mia Couto, a 28 de abril, seguindo-se "A Vida Sonhada das Boas Esposas", de Possidónio Cachapa (11 de maio), "Uma Mentira Mil Vezes Repetida", de Manuel Jorge Marmelo (8 de junho), "Bom Dia, Camaradas", de Ondjaki (27 de junho), "Quem me Dera Ser Onda", de Manuel Rui (5 de julho), e "O Sol e o Menino dos Pés Frios" (16 de julho), de Matilde Rosa Araújo. No passado dia 8 de outubro voltou com "O Tecido de Outono", de António Alçada Baptista e, a 27, leu "Histórias que me Contaste Tu", de Manuel AntónioPina, seguindo-se "Imagias", de Ana Luísa Amaral, a 12 de novembro, e "Os Memoráveis", de Lídia Jorge, apresentado no passado dia 16. A 23 de novembro, Fernanda Silva leu um trecho do livro "Do Grande e do Pequeno Amor", de Inês Pedrosa e Jorge Colombo. A 5 de dezembro apresentou "O Cavaleiro da Dinamarca", de Sophia de Mello Breyner Andresen e a 28 do mesmo mês fez a última leitura de 2020: "Na Passagem de um Ano", de José Carlos Ary dos Santos. A 10 de janeiro apresentou a sua primeira leitura de 2021 com "Cicatrizes de Mulher", de Sofia Branco, no dia 31 desse mês leu um trecho de "Mar me Quer", escrito por Mia Couto, e a 14 de fevereiro apresentou "Rodopio", de Mário Zambujal. A 28 de fevereiro foi a vez de ler um trecho do livro "A Instalação do Medo", de Rui Zink. No passado dia 8, foi possível "ouvê-la" no Especial dedicado ao Dia Internacional da Mulher, lendo um excerto da história "As Facas de Nima", escrito por Sofia Branco e parte do livro "52 Histórias". A 13 de março apresentou "Abraço", de José Luís Peixoto. No dia 24, foi a vez de ler "Cadernos de Lanzarote", de José Saramago. Ontem, a sua leitura de um excerto da obra "O Marinheiro", de Fernando Pessoa, integrou o Especial dedicado ao Dia Mundial do Teatro. A 28 de março leu um pouco do livro "Uma Viagem no Verde", de José Jorge Letria. Voltou a 10 de abril com a leitura de um trecho do livro "As Mulheres e a Guerra Colonial", de Sofia Branco.
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