A edição bilingue de "Palavras, Paroles", obra de Jacques Prévert, é o pretexto para a leitura de hoje, apresentada pelo inconfundível Fernando Soares. Além de poeta, Prévert escreveu também inúmeros argumentos para cinema.
Uma escrita marcada pelo humor, a ironia, uma habilidade e um talento inigualáveis para brincar com as palavras são características que identificam os trabalhos de Jacques Prévert. Nascido a 4 de fevereiro de 1900 em França, Prévert iria receber as influências dos pais - ele, André Prévert, crítico de teatro; ela, Suzanne Catusse, sempre empenhada em que o filho se apaixonasse pelos estudos e pelos livros - antes de dedicar-se à poesia e conquistar reconhecimento à escala internacional com a coletânea "Palavras" (1946), da qual se retira a leitura de hoje: "Canção na Massa do Sangue". Muito antes, em 1925, ao lado de nomes como Marcel Duhamel, Yves Tanguy ou Raymond Queneau, esteve associado ao movimento surrealista.
Mas o seu êxito não ficou apenas ligado à poesia, uma vez que o autor escreveu muito para a 7ª Arte, sobretudo para realizadores como Jean Renoir e Marcel Carné, e também teatro. Parte do seu sucesso está ainda associada à música, destacando-se o poema "Feuilles Mortes", musicado por Joseph Kosma e tornado célebre pela interpretação do ator Yves Montand.
Vítima de cancro num pulmão, Jacques Prévert morreria a 11 de abril de 1977.
A 30 de julho do ano passado, Sandra Escudeiro trouxe aqui pela primeira vez a obra de Prévert, então apresentando "Canção na Massa do Sangue".
Tradução de Manuela Torres/Sextante Editora
"Feuilles Mortes" é um dos poemas mais célebres de Prévert que foram musicados, tendo interpretação do ator Yves Montand.
Com uma voz poderosa e enorme experiência, o ator, escritor, encenador e diseur Fernando Soares continua a hipnotizar audiências e a promover a leitura como poucos com experiências diversificadas enquanto ator, em cinema, televisão, teatro, poesia, mas também com trabalho como encenador em contexto prisional, associativo, sénior, e nos projetos teatrais e de poesia em todos os graus de ensino. É, também, autor, professor e formador.
Aqui no blog estreou-se a 20 de março no Especial Alice Vieira Faz Anos com a leitura do poema "São Um Perigo As Palavras". A 27 de abril regressou com a leitura de um excerto de um livro de crónicas de José Saramago, "Deste Mundo e do Outro". No 1.º de Maio, Fernando Soares apresentou um trecho da obra "Sombra Silêncio", escrito por Carlos Poças Falcão. Três dias depois apresentou uma leitura cujo autor preferiu não identificar. No dia 10 trouxe o trabalho literário de Nelson Ferraz. A 12 foi a vez de apresentar Joaquim Pessoa com "Dos Pássaros e dos Homens". No dia 15 trouxe-nos "A Espantosa Realidade das Coisas", poema de Alberto Caeiro, um dos heterónimos pessoanos. Voltou a 21 de maio com "Os Macacos", de Jacques Brel. A 29 de maio brindou-nos com "Uma Pequenina Luz", de Jorge de Sena.
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