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Paulo Jorge Pereira

Joel Neto lê "Five O'Clock Tear", de Emanuel Félix

Foi poeta, ensaísta, cronista, crítico literário, técnico de restauro artístico. Aqui se recorda o momento em que Emanuel Félix, um notável da poesia portuguesa do século XX, foi apresentado pelo também açoriano Joel Neto.



Não foi apenas na escrita que o talento de Emanuel Félix se evidenciou. Nascido a 24 de outubro de 1936 em Angra do Heroísmo, completou na ilha Terceira a fase inicial dos estudos, diplomando-se na Escola do Magistério Primário. Seguiram-se passagens pelo Instituto José de Figueiredo e pela Fundação Gulbenkian, bem como a componente de formação além-fronteiras: de acordo com o Dicionário Breve de Autores Portugueses, o escritor passou pelo Instituto Francês de Restauro de Obras de Arte, em Paris, e ainda pela Bélgica - Escola Superior de Belas Artes de Anderlecht e Universidade Católica de Lovaina, aqui se especializando no Laboratório de Estudo de Obras de Arte por Métodos Científicos do Instituto Superior de Arqueologia e História da Arte. Em 1958 publica o primeiro livro, "Sete Poemas", apontado como pioneiro em Portugal do concretismo poético, sob inspiração dos irmãos brasileiros Haroldo e Augusto de Campos, embora avance para o movimento surrealista pouco tempo depois. No mesmo ano, ao lado de Almeida Firmino e Rogério Silva, ajuda a criar e dirige a revista Gávea mais tarde será também codiretor da revista Atlântida, do Instituto Açoriano da Cultura).

Docente na Escola de Tecnologia de Tomar vai publicando livros distribuídos por poesia, contos e ensaios: "Vendedor de Bichos", "Angra no Último Quartel do Século XVI", "A Palavra o Açoite", "A Viagem Possível (1965/81)", "Seis Nomes de Mulher", "António Dacosta - Esboço de um Roteiro Sentimental". Entretanto, desenvolve atividade como técnico no Museu de Angra do Heroísmo, contribuindo para que fosse fundado o Centro de Estudo, Conservação e Restauro de Obras de Arte dos Açores. Conferencista nas áreas da Literatura e do Restauro, tanto em Portugal como no estrangeiro, prossegue a escrita nos anos 80 e 90: "Conceito e Dinâmica do Património Cultural", "O Instante Suspenso", "Os Trincos da Memória", "Iconografia e Simbólica do Espírito Santo nos Açores" ou "Habitação das Chuvas" são alguns exemplos.

Morre a 14 de fevereiro de 2004 em Angra do Heroísmo.


O poema "Five O'clock Tear" está incluído na obra "A Viagem Possível", editado pela Vega


"Na madrugada o operário/De madrugada o poeta/Recolhem as palavras mais precisas/Para o tempo que vem que se avizinha/Enquanto um sol de fogo se levanta" é outra proposta do poeta, integrada no livro "A Palavra o Açoite".

Primeira contribuição externa aqui no blog, Joel Neto estreou-se com "Aurora Boreal", de António Gedeão, a 17 de abril de 2020, seguindo-se "Árvores", de António Ramos Rosa, a 8 de maio.

A ilha Terceira, nos Açores, foi o cenário de nascimento de Joel Neto (1974). Em Lisboa seriam feitos os estudos e o percurso como jornalista, durante o qual recebeu vários prémios. O regresso a solo açoriano aconteceu em 2012: com a mulher, a editora e investigadora Marta Louro Cruz, e o filho Artur, vive na freguesia da Terra Chã e prossegue a multipremiada carreira literária. É autor de obras como "Arquipélago", "A Vida no Campo" ou "Meridiano 28".

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