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Paulo Jorge Pereira

Margarida Branco lê "Lillias Fraser", de Hélia Correia

A criadora do projeto "Ler por Aí" apresenta um excerto de uma das obras de Hélia Correia, Prémio Camões em 2015 e autora de obra multifacetada em que mesmo a prosa regista forte influência da linguagem poética.



Autora de uma obra que se espraia por diversos géneros e tem sido várias vezes distinguida com galardões, Hélia Correia nasceu em 1949 na cidade de Lisboa, embora tenha passado os tempos de juventude em Mafra, local de onde vem a família materna. Mais tarde, iria licenciar-se em Filologia Românica, obtendo ainda uma pós-graduação em Teatro da Antiguidade Clássica. Professora de Português no ensino secundário e tradutora, escreveu a peça "Florbela" em 1991 (teve encenação do grupo Maizum) e, além de atuar na peça "Édipo Rei", escreveu "Perdição", duas peças encenadas pela Comuna em 1993. Muito antes, no final dos anos 60, iniciara a publicação de poesia em jornais, revistas e antologias. Os primeiros livros, "O Separar das Águas" (1981) e "O Número dos Vivos" (1982) são precisamente de poesia.

A partir da encenação da novela "Montedemo" pelo grupo teatral O Bando, a autora conquistou atenções ao mesmo tempo que iam aumentando a sua obra e os prémios que lhe atribuíam. Poesia, contos, novelas, romances - de tudo um pouco existe na paleta das cores literárias de Hélia Correia. Prémio Camões em 2015, antes disso já acumulava galardões como o PEN 2001 para ficção entregue a "Lillias Fraser" ou o Correntes d'Escritas/Casino da Póvoa com "A Terceira Miséria". "A Luz de Newton", "A Casa Eterna", "O Rancor", "Mopsos - O Pequeno Grego", "Fascinação Seguido de A Dama-Pé-de-Cabra", "Bastardia", "Soma", "Insânia", "Desmesura", "A Ilha Encantada", "Contos Policiais", "A Coroa de Olímpia", "Contos de Vampiros", "Adoecer", "A Chegada de Twainy", "Vinte Degraus e Outros Contos" ou "Um Bailarino na Batalha" são outros livros de uma extensa obra.


Relógio d'Água


A escrita não é a única paixão de Hélia Correia - o seu interesse pelo teatro, sobretudo o da Grécia Antiga, levou-a não apenas a conseguir uma pós-graduação em Teatro da Antiguidade Clássica, mas também a atuar na peça "Édipo Rei" e a escrever "Perdição". As duas peças foram encenadas pela Comuna em 1993.

Conforme pode ler-se no site do projeto Ler por Aí, Margarida Branco criou-o em 2006, quando "faltava paixão ao seu mundo de rigor e exatidão". O seu percurso incluía estudos em Gestão, trabalho em Logística e Finanças, consultoria e tarefas de formadora. Tem sido "teimosamente dinamizadora" daquele projeto dedicado aos livros, "estudou programação cultural e criou eventos". Mãe de três adolescentes, Margarida Branco atraiu mais gente para o Ler por Aí, nomeadamente Tânia Carvalho da Silva e Luís Serpa. E juntos estão a lutar pelo seu crescimento sempre com os livros no epicentro dessa luta. A leitura que hoje aqui se apresenta teve uma primeira passagem no blog a 23 de abril de 2020.

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