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Paulo Jorge Pereira

Mariana Portocarrero lê "Ver no Escuro", de Cláudia R. Sampaio

"Ver no Escuro", um dos livros de poesia de Cláudia R. Sampaio, a escritora que publicou este ano a antologia "Já Não me Deito em Pose de Morrer", é a escolha da atriz Mariana Portocarrero para leitura de um excerto.



É muito de solidão que se faz a obra de Cláudia R. Sampaio, nascida na cidade de Lisboa em 1981. Procurou explicá-lo em entrevista à jornalista Cláudia Marques Santos no projeto If You Walk the Galaxies e vale muito a pena "ouver" essa entrevista na íntegra em que, a dada altura, a autora admite que "o poema pode ser um companheiro". "Escrever dá-me a conhecer o que não conheço de mim", acrescenta.

Publicou as obras "Os Dias da Corja" (Do Lado Esquerdo, 2014), "A Primeira Urina da Manhã" (Douda Correria, 2015), "Ver no Escuro" (Tinta da China, 2016), "1025 Mg" (Douda Correria, 2017), mas espraiou o seu talento por outros ramos culturais. Por exemplo, dedicou-se ao cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema, além da escrita de guiões para televisão. Mas também experimentou a pintura como terapia em 2017, de tal forma que garantiu diversas vendas e saíram das suas mãos a capa e as ilustrações do livro "Outro Nome para a Solidão". De 2020 é a antologia "Já Não me Deito em Pose de Morrer". No Brasil foi publicada sob a trilogia "Inteira como um Coice do Universo", das Edições Macondo. Há três anos escreveu para teatro por ocasião do 10º Festival PANO (Culturgest).

A escritora, que passou por três internamentos num hospital psiquiátrico devido a "distúrbios com alterações de humor repentinas", conforme referiu em entrevista a Rita Bertrand para a revista Sábado no passado mês de março, tem presença no projeto intitulado Manicómio, em Marvila. Trata-se de uma residência artística, com curadoria de Sandro Resende, para dez elementos ligados de algum modo a saúde mental e que ali podem trabalhar, apresentar e comercializar aquilo que fazem.


Tinta da China


Em entrevista à jornalista Cláudia Marques Santos para o projeto If You Walk The Galaxies, a autora confessa: "Escrever dá-me a conhecer o que não conheço de mim."

Mariana Portocarrero nasceu no Porto em 1994, é atriz e tem um percurso diversificado na sua área de atividade. Desde 2010 que colabora com várias companhias de teatro, tendo trabalhado com encenadores como Madalena Victorino, Bruno Bravo, Fernando Casaca, Cláudio Hochman, entre outros. Em 2013 concluiu o Curso Profissional de Artes do Espectáculo-Interpretação no Balleteatro Escola Profissional. Pouco depois, ainda nesse ano, começou a licenciatura em Interpretação na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE). Dois anos mais tarde, em 2015, realiza estágio na companhia Artistas Unidos em assistência ao espectáculo "Quarteto", de Heiner Muller, encenado por Jorge Silva Melo. De 2016 é a conclusão da licenciatura na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) com "Sonho de Uma Noite de Verão", de William Shakespeare, encenado por Cristina Carvalhal, no Festival ao Largo, Teatro Nacional de São Carlos. Tem lecionado Expressão Dramática ao mesmo tempo que realiza trabalhos variados no âmbito da locução e das dobragens. Está a frequentar o mestrado em Teatro e Comunidade na Escola Superior de Teatro e Cinema, além de participar no projeto "Teatro ao Telefone" que a companhia Teatro Umano tem dedicado aos mais idosos. Por outro lado, estreou há pouco tempo "Boca de Incêndio", o seu projeto de vídeo-poesia dedicado à divulgação de nova poesia através das redes sociais: todos os sábados, às 22h00, inclui uma nova leitura em vídeo. Está presente no Facebook e no Instagram, neste caso na conta portocarreromariana.

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