"O Poveiro", de António dos Santos Graça, foi publicado em 1932 e é uma das formas que o autor encontrou de mostrar os modos de vida na Póvoa de Varzim. Depois da obra "Epopeia dos Humildes", aqui apresentada no dia 15, voltamos ao trabalho do autor que se distinguiu também como jornalista e político.
Nascido a 16 de janeiro de 1882 na Póvoa de Varzim, o futuro jornalista, etnógrafo, escritor e político seria batizado com o nome de António dos Santos Constantino, só mais tarde alterando para António dos Santos Graça para usar o apelido do padrinho, o médico António Duarte Baptista Graça. Nunca deixou de lado as raízes humildes e faria da sua vida um contínuo ato de dedicação e apoio a quem mais precisava, fosse através de instituições culturais e assistenciais, fosse pela via do jornalismo. Publicações como O Povoense, O Comércio da Póvoa ou O Progresso devem a existência ao seu dinamismo. Estudioso dos modos de vida locais, empenhou-se na Etnografia e, em 1932, publicou "O Poveiro", já reeditado em diversas ocasiões pela Câmara e de que aqui hoje se apresenta um trecho. De 1952 é a obra que aqui foi revelada no dia 15, "Epopeia dos Humildes", que, tal como a anterior, foi uma gentil oferta camarária quando, a 8 de novembro, levei o "Murro no Estômago" e a violência doméstica ao Agrupamento de Escolas Dr. Flávio Gonçalves, na Póvoa de Varzim, com professoras e alunos de duas turmas do 9.° ano, mas também à Biblioteca Municipal Rocha Peixoto.
Influenciador cultural de enorme prestígio à escala internacional, também a criação do Museu Etnográfico local é obra do seu intenso labor, bem como a fundação de outras instituições relacionadas com a vida cultural. Seria ainda deputado e senador, demonstrando sabedoria política pouco comum entre os contemporâneos. "Na política como na vida, colocava sempre em primeiro lugar a sua terra, impulsionando medidas de desenvolvimento em todos os setores. 'Pela Póvoa, sempre!', foi o lema que o acompanhou ao longo de toda a vida", disse Benilde, a neta, citada por A Voz da Póvoa, a 7 de setembro de 2019, quando foi inaugurado o monumento de homenagem ao criador cultural.
Edição da Câmara Municipal
Jornalista, etnógrafo, escritor e político, António dos Santos Graça foi um irrequieto criador cultural na Póvoa de Varzim que nunca deixou de exaltar as qualidades dos conterrâneos.
Depois de uma vida intensa, marcada pelo irrequietismo e pela defesa intransigente dos valores poveiros, António dos Santos Graça viria a morrer a 7 de setembro de 1956.
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