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Paulo Jorge Pereira

Patrícia Adão Marques lê "Eu Sei, Mas Não Devia", de Marina Colasanti

Depois de Ana Zorrinho ter apresentado excertos da obra "A Moça Tecelã", agora é Patrícia Adão Marques quem se estreia aqui com "Eu Sei, Mas Não Devia", também de Marina Colasanti, com uma leitura que está no seu canal do YouTube.



É ítalo-brasileira, mas nasceu na cidade de Asmara, capital da Eritreia, então colónia sob domínio italiano, a 26 de setembro de 1937. Ainda viveria noutro país africano (Líbia), na cidade de Trípoli, antes de viajar com a família rumo ao Brasil, em 1948, radicando-se no Rio de Janeiro. Influenciada pela ascendência - um avô fora professor de artes e escritor, uma tia-avó cantara ópera, o pai era ator - iria dedicar uma vida inteira à Cultura sob as mais variadas formas. Começou a estudar pintura em 1952, um ano antes de perder a mãe, quando tinha apenas 16 anos. De 1956 é a sua entrada na Escola Nacional de Belas Artes, formação que iria revelar-se determinante para o seu trabalho futuro.

Antes, porém, entrou no universo do Jornalismo e, em 1962, iniciou funções no Jornal do Brasil. Iria equilibrar esse trabalho com a escrita, ilustração e publicação dos seus livros, estreando-se em 1968 com "Eu Sozinha", e acumulando hoje mais de meia centena de obras. Contos, crónicas, ensaios, poesia e literatura infantojuvenil constituem o diversificado trabalho literário de uma escritora que nunca deixou de lado a abordagem do feminismo, os problemas sociais, entre outros. "A Moça Tecelã", de que aqui já se apresentaram excertos por Ana Zorrinho, é apenas um desses exemplos. Seria ainda tradutora, além de trabalhar em televisão e publicidade.

Dos livros publicados, destaque para obras premiadas como "Uma Ideia Toda Azul", "Entre a Espada e a Rosa", "Ana Z. Onde Vai Você", "Rota de Colisão", "Penélope Manda Lembranças", "A Casa das Palavras e Outras Crónicas", "As Aventuras de Pinóquio", "Bicos Quebrados", "Minha Ilha Maravilha", "Passageira em Trânsito", "Com Certeza Tenho Amor", "Antes de Virar Gigante e Outras Histórias", "Minha Guerra Alheia", "Breve História de um Pequeno Amor", "Como uma Carta de Amor", "Stefano", "Quando a Primavera Chegar", "O País de João" ou "O Anel Encantado".

É possível saber mais e acompanhar o trabalho da autora aqui, no seu site. Casada com Affonso Romano de Sant'Anna, também escritor, Marina Colasanti é mãe de duas filhas (Fabiana e Alessandra).

"Eu Sei, Mas Não Devia", crónica hoje lida por Patrícia Adão Marques, foi publicada em 1972 no Jornal do Brasil. Em 1995 deu título a uma coletânea de crónicas com edição no Brasil que receberia mais tarde o Prémio Jabuti.


Rocco


Colecionadora de prémios, Marina Colasanti tem repartido o seu talento por contos, literatura infantojuvenil, poesia, crónicas e ensaios.

Patrícia Adão Marques estreia-se hoje em leituras por aqui, mas, conforme revela a sua nota biográfica, tem um longo e variado trabalho no universo da Cultura. "Cofundadora do Grupo TEMA-Mafra e membro da Direção do Teatro Independente de Oeiras, onde iniciou o percurso como atriz em 1996, é licenciada em Comunicação Empresarial pela Escola Superior de Comunicação Social, tendo feito formação artística em 2001/02 na ACT - Escola de Atores. Os estudos continuaram em ações promovidas por entidades como Chapitô, Teatro dos Aloés, Produções Fictícias", entre outras, sem esquecer "um curso de três meses no Michael Chekhov Acting Studio em Nova Iorque".

Por outro lado, "da sua experiência teatral constam passagens pelo Teatro A Barraca, Companhia do Chapitô, Teatro Mário Viegas, Teatro Villaret e Teatro Independente de Oeiras". O seu trabalho foi desenvolvido "em mais de 40 produções", tendo sido "dirigida por encenadores como Maria do Céu Guerra e Rita Lello (em A Barraca), Helder Costa, Carlos Thiré, Gina Tocchetto, Rui Rebelo, José Carlos Garcia, John Mowat - nestes quatro casos no Chapitô e para os mais novos -, Rita Lello, Moncho Rodriguez, António Pires, Frederico Corado, Carlos d'Almeida Ribeiro (no Teatro Independente de Oeiras), Lourenço Henriques, Durval Lucena" e outros.

Mas não se esgota aqui a sua atuação, pois Patrícia dispõe de "vasta experiência em teatro" para os mais novos, "incluindo musicais". No grande ecrã, a sua participação estende-se a filmes como "Quarta Divisão" (Joaquim Leitão), "A Corte do Norte" (João Botelho) ou "Os Imortais", de António-Pedro Vasconcelos. Em televisão há, por exemplo, a sua presença "no elenco fixo da novela "Ninguém como Tu", da TVI; a colaboração com o canal Q; as séries "Inferno" e "Inimigo Público", mas também "Bem-Vindos a Beirais", "Ministério do Tempo" ou "DaMood".

Outras vertentes da sua atividade são a locução e a dobragem "desde 2003. Neste capítulo sobressaem títulos como 'As Crónicas de Nárnia' (Disney e FOX), 'Handy Manny', 'Big Hero' e 'Violetta' (todos da Disney), neste último caso "dando voz à protagonista na versão portuguesa". O seu interesse e a sua atenção à poesia foram decisivos para que tenha "um canal no YouTube com vídeos" em que se apresenta a recitar e que está acessível aqui.

Multipremiada na área da realização de curtas-metragens, venceu o Prémio Melhor Curta-Metragem Portuguesa no Festival Massimo Troisi em Itália (2003) com "Coquelux - A Vingança das Galinhas" (realizado em parceria com o amigo e colega André Nunes) e o Prémio Melhor Vídeo no Festival Internacional de Avanca (2015), neste caso graças à curta "A Adorável Dor de Nunca te Ter" (parceria com Nuno Figueiredo), com base numa peça de Marguerite Duras, acessível aqui. Desse ano de 2015 é também a sua estreia como encenadora "com um musical infantil para o Grupo TEMA - Companhia de Teatro de Mafra".

Formação foi algo a que se dedicou entre 2008 e 2012 com "cursos e workshops" muitas vezes dedicados aos mais novos, com exemplos como "Workshop de Teatro para Crianças na ACT; curso de teatro na Oeiras International School; aulas em Montalegre ou no Teatro Independente de Oeiras". Atriz, locutora, dobradora, tem sido também produtora neste último teatro.

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