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Paulo Jorge Pereira

Ricardo Figueira lê "Sonho Fechado", de Rogério do Carmo

Cofundador da Rádio Alfa em Paris, Rogério do Carmo morreu no passado dia 5 de abril, vítima da pandemia. O jornalista Ricardo Figueira, que trabalha no canal Euronews em Lyon, evoca a sua memória com a leitura de um excerto do poema "Sonho Fechado" que fez logo no dia 6.



Foi a primeira voz da Rádio Alfa, estação radiofónica de portugueses em Paris desde 1987, participando na fundação da rádio ao lado de Helena Machado, Fernando Silva, Jaime Mendes e Artur Silva. Nascido no Sobreiro, em Mafra, a 2 de fevereiro de 1935, último de oito filhos, contou mais tarde que fora violado quando tinha seis anos por um irmão com 14. Conheceu três mulheres que muito o marcaram, confessando relação com uma delas que tinha 33 anos e ele 13, admitindo ainda jovem a sua homossexualidade. Na década de 60, viajou para Israel com o intuito de descobrir as suas origens, viveu seis anos em Tel Aviv (contava que deixara um filho e vários netos no país, mas estes desconheciam essa história) e, antes de se radicar em Paris, conheceu Itália e Inglaterra. Da Rádio Alfa contava que nascera em sua casa, na localidade de Villejuif. Publicou três obras de poesia: "Sombras" - que foi distinguido com o Prémio Internacional de Poesia Florbela Espanca em 1991 -, "Vagas" e "Puzzle".

Trabalhador infatigável da Rádio Alfa, tinha esperanças de morrer em Israel, mas estava num lar, passou por dificuldades respiratórias e acabou por morrer a 5 de abril devido à Covid-19.


Chiado Editora

Infatigável trabalhador na Rádio Alfa, da qual foi um dos fundadores em 1987, Rogério do Carmo chegou a Paris no final da década de 60.

Jornalista do Euronews em Lyon, Ricardo Figueira teve a sua primeira participação aqui no blog no passado dia 11 com a leitura de um excerto de "Caim", de José Saramago.

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