Primeiro romance publicado por Jane Austen, em 1811, embora sob pseudónimo (A Lady), "Sensibilidade e Bom Senso", que também ganhou espaço na 7.ª Arte, é a escolha de leitura para hoje.
Marianne e Elinor Dashwood. Irmãs. Parecidas? Nem por isso, muito diferentes, regendo-se pelo coração ou pela razão e, dessa forma, fazendo toda a diferença nos respetivos quotidianos. E aqui está um ponto de partida que serviu a Jane Austen para escrever "Sensibilidade e Bom Senso", o primeiro livro que publicou, em 1811, então sob pseudónimo: A Lady.
Jane Austen nasceu em Steventon, localidade do Hampshire inglês, a 16 de dezembro de 1775. Era a sétima filha do casal formado pelo pároco George Austen e pela sua mulher, Cassandra. Com a irmã mais velha, também chamada Cassandra como a mãe, esteve em Southampton no ano de 1783 a estudar sob tutela da senhora Crawley, mas as duas regressaram a casa e estudariam num regime de internato em Reading. Escrevendo as primeiras anotações em cadernos a partir dos 16 anos, Jane foi largamente influenciada e tirou partido dos inúmeros livros que tinha em casa para alimentar a paixão pelas Letras - o título da sua obra "Orgulho e Preconceito" acabaria por sair de uma frase do romance "Cecilia", escrito por Frances Burney.
De 1782 a 1788 a família esteve envolvida em teatro na reitoria de Steventon e foi por essa altura que Jane Austen começou a escrever "Juvenilia". Mais tarde, entre 1795 e 1799 escreve a maior parte das primeiras versões dos romances que vão chamar-se "Sensibilidade e Bom Senso", "Orgulho e Preconceito", "Lady Susan" e "Northanger Abbey". Porém, quando o pai entregou o manuscrito de "Orgulho e Preconceito" a um primeiro editor, em 1797, este recusou-o. O pai morreria em 1805 e, perante as dificuldades económicas, Jane, a mãe e as irmãs foram viver para Southampton no ano seguinte. De 1809 é a mudança para Chawton, perto de Winchester, passando Jane a viver numa casa dentro da propriedade do irmão Edward. O ritmo da escrita ganha novo alento, "Sensibilidade e Bom Senso" - que seria adaptado ao Cinema em 1995 - torna-se um êxito literário em 1811 (embora publicado sem a sua assinatura na edição inicial) e, em 1813, é publicado "Orgulho e Preconceito". Seguem-se "Mansfield Park" e "Emma", enquanto "Persuasion" é de 1815. Mas os problemas de saúde de Jane Austen passam a existir a partir de 1816, no ano seguinte forçam-na a abandonar a escrita de novo livro ("Sanditon") e, apesar de ser assistida por médicos em Winchester, a escritora acaba por morrer a 18 de julho de 1817.
Publicações Europa-América/Tradução de Maria Luísa Ferreira da Costa
"Sensibilidade e Bom Senso" ganhou espaço no Cinema em 1995, num filme realizado por Ang Lee com produção de Sydney Pollack e interpretações de Emma Thompson, Hugh Grant, Kate Winslet e Alan Rickman.
A obra de Jane Austen já fora objeto de leitura aqui no blog, então com outro título imortal e que também teve expressão no grande ecrã: "Orgulho e Preconceito", de que li um excerto a 17 de junho do ano passado. De início, a obra chamava-se "First Impressions", mas Jane Austen iria alterar o título final para "Pride and Prejudice". Tudo gira em torno de Elizabeth, segunda de cinco filhas de um proprietário rural em situação económica difícil, e da forma como enfrenta temas que marcam a sociedade da aristocracia britânica em pleno século XIX: casamento, situação das mulheres, cultura, moral e educação.
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