Ana Zorrinho apresenta hoje à tarde (15h30), na Biblioteca/Espaço Cultural Cinema Europa, em Campo de Ourique, "Súbito", um belo livro com a sua maravilhosa poesia, e aqui fica a minha leitura do poema "Verdade". Em julho, já a autora revelara a obra na encantadora Tapada dos Condes de Avillez, no alto de Santiago do Cacém, com a colaboração de estudantes de Música da Escola de Artes do Alentejo Litoral.
Natural de Santiago do Cacém e licenciada em Direito, Ana Zorrinho tem uma relação de intimidade com a escrita e, além de entregar poemas da sua autoria à música, também entrou no Cancioneiro Infanto-Juvenil da língua portuguesa com poesia: "Quem canta em água tão fria....". Paixão é também o teatro, área em que tem formação, tendo colaborado com o grupo GATO SA como atriz. Além disso,
orientou, ao longo de quase uma década, o grupo teatral da Sociedade Harmonia, com jovens em papel fulcral; produziu adaptações e até guiões originais. A leitura e os jovens continuam a fazer parte do seu dia a dia, no qual é responsável por sessões e por um projeto de poesia em curtas metragens, sob o título “Silêncios”.
Deixo aqui um exemplo de outro enorme talento da escritora: a declamação. "O Último Poema" integra "Súbito", o seu livro de poesia lançado a 8 de julho, numa sessão de que é exemplo esta leitura.
"Histórias de um Tempo Só", o belo e poderoso livro de contos escrito por Ana Zorrinho e com maravilhosas ilustrações de Raquel Ventura (que também ilustrou "Lá", uma obra da escritora dirigida a crianças), foi tema central do blog a 17 de julho de 2020. Uma semana mais tarde, no dia 24, um precioso projeto com direção artística da escritora, a Oficina do Teatro, apresentou a sua leitura em conjunto de "Lágrima de Preta", inesquecível poema de António Gedeão, tão apropriado para os tempos que correm, marcados pelo recrudescimento do racismo. É caso para dizer que, com a escritora Ana Zorrinho, ficamos sempre a ganhar. A começar pela aprendizagem que nos proporciona. E, já agora, pela forma inesquecível como lê e dramatiza os textos - por exemplo, guardem bem na memória aquela última frase do trecho do livro de Mia Couto, "Venenos de Deus, Remédios do Diabo", que aqui leu a 11 de agosto de 2020.
Além de outros exemplos de leituras que aqui trouxe, a 30 de maio de 2022 leu um poema do seu conterrâneo Manuel da Fonseca. No primeiro dia deste ano, a participação foi feita com o poema "Dá-me a tua Mão por Cima das Horas", inserido n'"O Livro dos Amantes" em "Poesia Completa - O Sol das Noites e o Luar dos Dias", editado em 1999 e da autoria de Natália Correia. De 27 de fevereiro é a leitura de "Stoner", de John Williams. A 8 de maio leu um excerto da obra "A Grande Imersão", na homenagem a Luís Carmelo.
Caleidoscópio
É caso para dizer que, com a escritora Ana Zorrinho, ficamos sempre a ganhar.
Não percam a leitura de "Súbito" e o trabalho de ourives que o Jorge, editor da Caleidoscópio, nos proporciona. É uma obra inesquecível, para ler muitas vezes e andar sempre connosco: no coração.
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